Ter um bebê traz várias mudanças: o corpo, a mentalidade e até o cabelo. Se você olha no espelho e sente que seu cabelo está diferente — mais seco, menos definido, com frizz ou com uma curvatura diferente — saiba que isso é muito mais comum do que parece. E não, isso não é impressão sua. Seu cabelo pode ficar completamente diferente após a gestação.
Durante a gravidez, os níveis de estrogênio e progesterona sobem bastante. Esses hormônios mantêm os fios mais tempo na fase de crescimento, o que pode deixar o cabelo mais bonito, volumoso e brilhante.
Mas após o parto, esses níveis despencam — e isso afeta diretamente o equilíbrio do couro cabeludo e a estrutura da fibra capilar.
A consequência? Fios que podem:
- perder definição (em cabelos cacheados ou ondulados)
- ficar mais ressecados ou porosos
- mudar de forma (de liso para ondulado, ou vice-versa)
- apresentar frizz e menos brilho
Tudo isso é natural. Seu corpo está se reorganizando, e o cabelo faz parte desse processo.
Mas a transição capilar hormonal não acontece somente no pós parto. Quem não conhece alguém que tinha o cabelo de um jeito na infância e viu ele mudar completamente durante a adolescência?
Mudanças hormonais e seus efeitos no cabelo feminino
Puberdade
Na adolescência, os hormônios entram em ebulição. Com o aumento de estrogênio e andrógenos, o cabelo pode se tornar mais oleoso, ganhar volume ou mudar de forma (por exemplo, de liso para ondulado).
Uso de anticoncepcionais
Pílulas hormonais influenciam diretamente os níveis de estrogênio e progesterona. Algumas mulheres relatam queda, oleosidade ou mudança de textura ao iniciar ou suspender o uso.
TPM e ciclo menstrual
Durante o mês, o cabelo também “sente” as oscilações hormonais. É comum perceber mais frizz, fios menos definidos ou mais secos em certas fases do ciclo.
Gravidez
Durante a gestação, há um aumento significativo de estrogênio, o que costuma deixar os fios mais fortes, brilhantes e volumosos.
Pós-parto
Com a queda abrupta de estrogênio e progesterona, os fios entram em fase de queda e a textura também muda: cabelos que eram definidos podem perder forma, ou vice-versa. Muitas mulheres relatam:
- Mais frizz
- Ressecamento
- Ondas ou cachos que desaparecem
- Mudança na porosidade dos fios
Essas alterações podem durar de alguns meses até mais de um ano, dependendo da genética e da rotina de cuidados.
Perimenopausa e menopausa
Com a queda definitiva do estrogênio, o cabelo tende a ficar mais fino, frágil e seco. A textura perde densidade e elasticidade. A produção de óleo no couro cabeludo também diminui, o que afeta o brilho e o toque dos fios.

Como lidar com as mudanças de textura?
Cada fase exige uma escuta atenta e adaptações na rotina de cuidados. Aqui vão dicas práticas para todas as fases:
1. Avalie e entenda o novo momento do seu cabelo
Não espere que ele continue igual. Observar e aceitar as novas necessidades é o primeiro passo para cuidar com mais consciência.
2. Faça um cronograma capilar
Use máscaras que tratem a fibra capilar de dentro para fora. Alterne entre hidratação (água), nutrição (óleos) e reconstrução (proteínas).
3. Use shampoos suaves e tratamentos para o couro cabeludo
Um couro cabeludo saudável é a base de fios bonitos. Produtos com ingredientes como cafeína e pantenol ajudam a equilibrar e estimular essa região.
4. Finalize com intenção
Texturas diferentes pedem finalizações diferentes. Pode ser que seu cabelo agora se dê melhor com leave-in, óleos ou até cremes mais leves ou mais pesados. Aproveite para testar novos produtos.
5. No stress
Os hormônios do estresse influenciam o ciclo capilar. Técnicas de relaxamento, uma alimentação equilibrada e boas noites de sono fazem diferença no cabelo também.
O mais importante é: seu cabelo não precisa ser o mesmo para ser lindo. Ele muda com você — e isso é natural, humano, poderoso. As fases hormonais da vida feminina são desafiadoras, sim, mas também são convites à reconexão com quem somos agora.
6. Tenha acompanhamento profissional
Por último, mas não menos importante, mantenha seus exames em dia e, se necessário, suplemente vitaminas (prescritas) ou faça tratamentos específicos com um tricologista.